domingo, 25 de outubro de 2015

Solte seu poema


A maioria das doenças 
que as pessoas tem
são poemas presos.
Abcessos, tumores, nódulos, pedras
são palavras caulificadas
são poemas sem vasão.
Mesmos cravos preto, espinhas, cabelo encravado 
prisão de ventre
poderia ter sido um dia um poema.
Mas não, pessoas adoecem da razão de gostar 
de palavra presa.
Palavra boa é palavra líquida  
escorrendo no estado de lágrima.
Lágrima é dor derretida.
Dor endurecida é tumor.
Lágrima é raiva derretida.
Raiva endurecida é tumor.
Lágrima é alegria derretida,
alegria endurecida é tumor
Lágrima é pessoa derretida,
pessoa endurecida é tumor.
Tempo endurecido é tumor.
tempo derretido é poema.
E você pode arrancar poemas endurecidos de seu corpo.
Com buchas vegetais, óleos medicinais,
com a ponta dos dedos, com as unhas.
Você pode arrancar poemas com alicate de cutículas,
com pente, com agulha,
com pomada basilicão, com massagens e hidratação,
mas não use bisturi quase nunca
em caso de poemas difíceis. 
Use dança
a dança é uma forma de
amolecer poemas endurecidos
uma forma de soltá-los
das dobras, dos dedos dos pés, das unhas.
São poemas cóccix, os poemas peito,
poema sexo, poemas cílios.
Atualmente ando gostando de pensamento chão.
Pensamento chão é poema que nasce no pé
é poema de pé no chão.
Poema de pé no chão é gente simples.
Viviane Mosé.  

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Neruda, Neruda...

Pablo Neruda

A Casa caiu!

Eu fiquei só observando como uma pessoa pode atrair tanto azar. Tudo já "aconteceu" com ela. O uso da manipulação e fingida caridade escondem na verdade o caráter duvidoso. Pena haver pessoas que são falsas e acham que os demais precisam ficar lhe paparicando, aceitando rompantes. Meu teto é de vidro também, pois sou infantil e inconsequente em várias coisas que implico, emburro e não aceito. Mas a ânsia de se mostrar a qualquer preço, graças a Deus estou livre.
O House era ótimo com seu sarcasmo e língua afiada, adorava. Ele vira e mexe vai aparecer por aqui.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Separação


Hoje é o dia
Eu quase posso tocar o silêncio
A casa vazia
Só as coisas que você não quis
Me fazem companhia
Eu fico à vontade com a sua ausência
Eu já me acostumei a esquecer

Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais

Salas e quartos
Somem sem deixar vestígio
Seu rosto em pedaços
Misturado com o que não sobrou
Do que eu sentia
Eu lembro dos filmes que eu nunca vi
Passando sem parar
Em algum lugar.

Tudo que vai
Deixa o gosto, deixa as fotos
Quanto tempo faz
Deixa os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais

Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais

Quanto tempo, eu já nem sei mais o que é meu
Nem quando, nem onde

Tudo que vai
Deixa o gosto, deixam as fotos
Quanto tempo faz
Deixam os dedos, deixa a memória
Eu nem me lembro mais
Fica o gosto, ficam as fotos
Quanto tempo faz
Ficam os dedos, fica a memória
Eu nem me lembro mais...
Por que eu fiquei sozinha?
Fui cruel, mentirosa, dissimulada, interesseira, vingativa e egoísta. O que mais?
Acabei com o: Felizes para sempre quando comecei a dialogar, não com minha solidão e constrangida dependência, mas sim com o fio silencioso de uma lâmina. Ninguém entendeu nada. Era para eu ter parado, mas não parei. E na sequência só fui perdendo. Perdendo minha família, meus amigos e minha profissão. Fiquei como um bibelô por um tempo, uma vez que não fosse assim, eu não suportaria a realidade. Queria ter acertado, mas tive a infelicidade de olhar para trás e lá permanecer me esperneando. É fui infantil e birrenta. Não soube ser mulher na cama. Recebi de volta um "eu não te quero mais! Segue teu caminho que eu sigo o meu". Então fiquei só, com uma lágrima ou outra. Mas entendi que é como encaramos a estrada é aí que ela se apresenta tal como somos. Minhas escolhas me deram um caminho tortuoso, mas estou aprendendo a ser só e acompanhada. Depende do meu humor. Mas o que há de novo mesmo é que converso comigo mesmo com tanta droga no meu corpo. São amargos os remédios, mas eficazes à realidade.

Diário Bipolar


Pela manhã:
Pão, mal humor e manteiga
aveia, impaciência e café
O almoço:
Arroz, feijão e cólera
alface, ironia e tomate.
No lanche da tarde:
Risos, suco de uva e pão de queijo.
No jantar:
Piadinhas, abraços e música
sopa e pão
Ao deitar:
Costas contra costas
beijos sem beijos
chá de camomila
Boa noite.
Juliana Mendes.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Como amar


"Como está a nossa capacidade de amar?
Uma coisa é amar por necessidade e a outra é amar por valor.
Amar por necessidade é querer sempre que o outro seja o que você quer.
Amar por valor, é amar o outro como ele é, quando ele não tem mais nada a oferecer, quando ele é inútil e por isso você o ama tanto. Na hora em que forem embora as suas utilidades, você saberá o quanto é amado."
Padre Fábio de Melo.


Até o fundo


Qual foi aquele momento da queda? Ao chegar ao fim, propulsão para submergir. Parece que não vai dar certo, que cada segundo separa a vida da morte. Estive bem assim e digo que não é fácil. Eu ainda nado contra a corrente de sentimentos desnecessários. Culpa, solidão, vergonha, tristezas e desejo de morte. Agora não estou no fundo, estou na superfície, deixando pra trás cada desgosto, cada ira e cada desilusão, afinal a vida quer a gente num sol, numa maresia com o pensamento no sol que se despede num fim de tarde. Ir ao fundo, só por hoje não.

domingo, 18 de outubro de 2015

Canto


Tenho medo de um certo dia
acordar sem mim.
Deixe-me
num canto
que ando sem encanto.
Subir um degrau da vaidade
quem sabe...
Minha grande vaidade é sentir-me
amada.

Juliana.

Folha em branco

Nenhuma página
deve estar em branco
A vida exige histórias.
O cotidiano.
Os sonhos.
Tudo acontece a toda hora.
Eu reparo.
Eu observo
que tenho deixado páginas em branco...

Juliana.

"Colar de livres pensamentos"

Eu tinha um Blog muito lindo com poesias músicas e tudo o que pensava em meados de 2006. Era uma época intensa e pude escrever belos textos. Eu perdi a senha para entrar no Blog. Tive problemas de saúde e não acessei minha conta. Resultado, não consegui publicar mais. Resolvi então buscar do "Colar de livres pensamentos",(título que adoro!), os melhores textos, as vivências e os sentidos para meu novo Blog: Palavras, apenas palavras.
Espero mesclar o velho e o novo, num momento meu, aquilo que sinto vontade de escrever e compartilhar aqui na internet. Veja de novo, seja bem vindo!

Sobre o tempo

 

O relógio já não existe
Tempo...
Para quê?
O relógio interno
É caprichoso...
O meu tempo reluta
Ele pode parar
Eu apenas contemplo
Meu tempo.

Juliana.

Domingo


Meus versos num domingo
São apenas palavras preguiçosas
Esperando que o dia termine
Num embalo da rede
E num afago para sonhar
Com a vida que segue
No pôr-do-sol de um dia
Que não se vai sem o olhar
De saudade de estar
No lar
No sofá
À espera do próximo domingo.
Juliana

Sonho acordada

Pode-se dizer que cada pessoa tem sua maneira de sentir-se feliz, com mínimas coisas...coisas bem tolas. É delicioso andar de bicicleta numa noite quente e clara de lua cheia. É bom deitar na calçada de casa e ver as nuvens lá em cima como lençol psicodélico. É saboroso comer algo que foi feito especialmente pensado em você, pra agradar teu paladar. É inesquecível quando sua lágrima insiste em escorrer e vem um abraço seguido da palavra "calma, estou aqui!". É espalhafatoso o sorriso pelo chão quando se ri de si mesmo. É sem fôlego um beijo inesperado na cozinha de casa. É mentiroso dizer que se está bonita quando se levanta com os cabelos pra cima. É arrepiante o picolé de tamarindo num final de tarde. É bom demais sentir a vida que luta dentro da gente, querendo apenas que não sejamos displicentes com coisas pequeninas. E só alguns segundos nos separam de tudo que é importante...então viva!
Juliana.

Quero um!

Quero um amigo que nos dá amor incondicional. Companheiro e alegre nos segue onde queremos que nos siga. Vou logo te buscar para trazer felicidade e brincadeiras. Que lindos

Aquele adeus


Meu amor fique comigo!
A noite ainda faz seu silêncio lá fora
Esquente seu lado da cama
Ainda quero te fazer feliz
Então me abraça e me beija
Ainda quero te fazer feliz
Então, me abraça forte
Tenho o melhor pra você
Lhe digo palavras de amor, encantamento
Mas sei que não vai ficar
Pelo olhar de vazio que me remete
Então não vou mais evitar
Vá embora e leve suas coisas
Aquelas que não pode me dar
Vai sentir saudades e não estarei à sua espera
Acabou.


Eternizando palavras

Sempre há uma história, um sentimento a ser escrito e assim eternizados. A folha em branco o desafio de escrever os sentimentos, memórias e vivências. 
Um dia estava com tantas palavras em minha mente que sentia a dificuldade em transformá-las em escrita. Quem sente a solidão sabe que o tempo não passa. Daí a oportunidade de escrever e dar vazão ao que o pensamento martela na cabeça. Vou seguir escrevendo para abrir minhas janelas ver o sol pela manhã ou a chuva pela tarde. Protagonista escrevo para o coração não bater com tanta solidão, Sempre há a possibilidade de se ler com mais calma o que se escreve noite a fora.

Te vi em sonhos

Hoje acordei com um pouco de você
Éramos de novo juntos
Num sonho que acaba pela manhã
Olhei pro lado e não te vi
Esta passeando pela vida
E agora já não me quer mais
Parecia que era pra sempre
Mas o sempre não durou na loucura
O laço se desfez e a solidão dita sua regra
Saudade, nostalgia e sonhos
Apenas um sonho: você!

sábado, 17 de outubro de 2015

Novo blog, novas palavras

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar

Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar

Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento

Palavras apenas
Apenas palavras pequenas
Palavras
Cássia Eller

Qual a duração da palavra nunca
Nunca mais você, nunca mais nós dois
A palavra adeus
Quero te encontrar, mas não em mim
Passou sussurrando e disse que não ia voltar.
Sentei no chão e me cerquei de lágrimas
Quem sabe um dia, quem sabe
Mas seu olhar era de adeus e nunca mais
Se pronunciou a palavra amar.
Juliana